segunda-feira, 9 de setembro de 2013

A FUNÇÃO DO PAI







Os biólogos afirmam que o animal não vive para si mesmo: só os genes “são imortais e fornecem a continuidade primordial de geração a geração. Portanto, cada indivíduo é apenas um portador de genes, programado para pôr outros em circulação” (J.Sparks. La vie amourese et erotique des animaux).

Se a vida é um processo pelo qual os genes garantem sua representação ao longo das gerações  e, uma vez que a “moral biológica” afirma que os corpos só servem para propagar os genes, os indivíduos deixam de ter qualquer importância: os genes são os verdadeiros atores da evolução. Depois da fecundação, o ser portador de genes pode desaparecer; transmitiu o “germe” que seu corpo veiculava. Enquanto “genitor” não é mais necessário, sua tarefa está cumprida.

Conhecemos o triste destino do macho do louva-a-deus devorado por aquela a quem acaba de fecundar; a fêmea mal se deixou cobrir e já se regala com o festim. Em certas espécies são os machos que se destroem a si mesmos após a cópula com a fêmea fatal.

Nas espécies sociais primitivas, o macho dominante intervém com freqüência para manter ou estabelecer a paz no grupo. É ele quem impede que as brincadeiras dos jovens degenerem em lutas agressivas perigosas. Pode-se reconhecer aqui um papel paterno, um papel patriarcal, cuja situação determina em relação aos filhotes das fêmeas. No entanto essa disposição paterna só ocorre se o macho tiver acesso a seu filho.

No processo evolutivo da espécie pode-se dar continuidade a essa observação entre os humanos, pois, “é pela via materna, através do discurso da mãe, que o Pai entra como terceiro na relação dual mãe/filho”. Aqui, sem dúvida ele passa de genitor a Pai, como portador de uma função: a de terceiro, aquele que estabelece um limite na relação fechada, daquela mãe com o seu filho.

Reconhecido como tal, o Pai inicia então o processo cultural ao  qual seu filho será inserido, instaurando um espaço-limite entre aquela mãe e o seu filho, sendo reconhecido como o instaurador da Lei, o que possibilita àquela criança, nascer à ordem simbólica.

De genitor, portanto, o pai humano passa a ser Pai.





terça-feira, 13 de março de 2012

UMA NOVA REDE


Após um bom tempo de ausência, volto com prazer, realizando uma de minhas atividades preferidas: o uso da palavra escrita. Desta forma reencontro-me com meus amigos e leitores, reforçando a rede social que nos une.

Não pensava, até então, que, após muitas fases de vida atribulada, cheia de atividades e deveres, eu  passaria por esse longo período que chamaria de sabático. Está sendo uma experiência  rica e interessante, apesar de ter sido a mim apresentado pela via do corpo que se fez sentir.
  Vejo-me  descobrindo a cada dia uma nova maneira de pensar e viver, de acordo com o novo panorama inesperado e completamente diferente do já vivido. Disso tudo, fica sempre um aprendizado.

Adoro ler e, pela primeira vez em muitos anos, dei um longo passeio pela minha biblioteca, detendo-me e elaborando textos quais não dera conta anteriormente, tantos eram os compromissos agendados. Pretendo pingar, em pequenas doses, algumas dessas passagens resultantes desse encontro comigo mesma e com o Saber.

Peço a vocês, amigos e leitores que façam comigo esse percurso atravéz de seus comentários e/ou perguntas.

Vamos tecer juntos essa nova Rede!